Degustação de Vinhos Nacionais

Degustacao de Vinhos Nacionais1 - Degustação de Vinhos Nacionais

Falei que na Semana Mesa SP fiz uma degustação de vinhos nacionais com Ricardo Castilho (Diretor Editorial da revista Prazeres da Mesa). Foram 10 vinhos e 1 espumante,

A degustação degustação de vinhos nacionais foi: livre, básica, prazerosa, útil, sem afetações e graças aos céus nada de cuspideiras. Muitos representantes de vinícolas nacionais participaram e eu e mais uns poucos fazíamos parte do jardim da infância de Baco. Boas dicas e informações foram ditas, vamos a elas:

Principais regiões produtoras de vinhos no Brasil

  • Serra Gaúcha – Vale dos Vinhedos
  • Região da Campanha (fronteira com Uruguai) – bons resultados com as uvas Tannat e Touriga Nacional
  • Nordeste – no Vale do São Francisco, numa faixa entre Pernambuco e Bahia – único lugar do mundo onde cada vinhedo dá duas safras por ano. Lá as uvas não hibernam como em outras plantações. Em um dia é possível ver todos os estágios. É possível programar colheita e produção todos os meses.
  • Santa Catarina – São Joaquim (um dos lugares mais frios do Brasil).Degusta%C3%A7%C3%A3o+Brasileiros Ricardo+Castilho bx - Degustação de Vinhos Nacionais

Dicas de Degustação

Taça: cuidado quando for lavar – resíduos de detergente ensaboam o gosto de qualquer vinho.
Taça 1: você deve segurar pela haste, simplesmente porque o corpo humano é quente e as mãos funcionam como um forninho se ficarem em contato com o vinho.
Exame Visual: visualizar a beleza da cor do vinho. É como peixe, carne, fruta, se tem algo errado com a cor, o produto não deve estar bom.
Exame Olfativo: sentir os aromas, perceber se são bons, o que te lembram (você sempre vai reconhecer os aromas que lhe são mais próximos – quem nunca cheirou cavalo molhado, jamais vai sentir esse cheiro no vinho – que bom!), cada um tem sua sensibilidade e suas lembranças. E certamente, você pode dar uma fungada e perceber que: Hum, isso não me cheira bem! O vinho foi, literalmente, pro vinagre.
Taça 2: para fazer o Exame Olfativo, temos de girar a taça para que os aromas possam ser liberados. Mas, taça não é centrífuga, tá!
Inalando os aromas: temos só um nariz, mas nossas duas narinas são diferentes. Eu, por exemplo, tenho uma obstrução bem bacana na minha narina esquerda, então a única coisa que entra por ela é soro fisiológico. Para aromas eu uso a direita. É só aspirar com delicadeza. Não é preciso molhar a ponta do nariz no vinho.
Mulheres são mais sensíveis: assim como só elas sabem que diabo é a cor “aurora boreal”, também são as mais sensíveis aos aromas. Por isso aquela tradicional pegadinha: “Que cheiro de perfume é esse na sua roupa?”. Cuidado meus amigos!
O primeiro gole: sorva (verbo chique) uma pequena quantidade do vinho e deixe que passeie pela boca, afinal, em cada ponto da língua sentimos um sabor diferente. Lembre-se: ninguém está lavando a boca, portanto nada de bochechas protuberantes.
Espumantes: o nacional só perde mesmo para as champagnes francesas. Quanto mais bolhinhas e menores – melhor. Elas devem manter-se na taça. São bebidos jovens.
Varietal: vinho que utiliza um único tipo de uva ou ao menos tem 85% dela em sua composição.
Blend: vinho composto por mais de um tipo de uva.
Reserva/ Milesime/ Especial – significam maior cuidado na elaboração do vinho e produção limitada.

Barricas de Carvalho: as francesas dão ao vinho toques mais suaves; as americanas, mais agressivo.

Água: beba na proporção do vinho, mesmo com menor teor alcoólico ele também desidrata.
Comida: Para harmonizar com vinho, não pense só no ingrediente principal, mas também no molho.
Degusta%C3%A7%C3%A3o+Brasileiros Vinhos bx - Degustação de Vinhos NacionaisVinhos Degustados – boa dica para compras

Melhores safras no Brasil – 2005 e 2008 – a de 2009 também promete, graças às boas condições climáticas (do ponto de vista da uva, é claro!)
Merlot – para o Ricardo esse tipo de uva tinta é a que mais se adaptou ao solo brasileiro, produzindo vinhos mais equilibrados.

  1. Pizzato – Espumante Brut
  2. Casa Valduga – branco Chardonnay 2008
  3. ViniBrasil – tinto Paralelo 8 (Touriga Nacional, Shiraz, entre outras)
  4. Aurora – tinto Cabernet Sauvignon Milesime 2004
  5. Casa Valduga – tinto Cabernet Sauvignon Grand Reserva 2004
  6. Dal Pizzol – tinto Tannat 2005
  7. Pizzato – tinto Merlot Reserva 2005
  8. Miolo – tinto Merlot Terroir 2004
  9. Salton – tinto Merlot Desejo 2005
  10. Villa Francioni – tinto (Cabernet Sauvignon, Franc, Merlot e Malbec) 2005 – Curiosidade: essa vinícola, que fica em São Joaquim (Santa Catarina), elabora os vinhos separadamente. Na hora de engarrafar, o enólogo decide o quanto de cada vinho vai compor aquele blend.
  11. Salton – tinto (Cabernet Sauvignon, Merlot e Tannat) Talento 2004

Alessander Guerra

9 Comentários

  1. >Olá Alessander,
    Sou Bruna Pallini, trabalho na Edelman, agência de comunicação da Jorge Zahar Editor.
    Lendo o seu blog, percebi que você é um apreciador de vinhos. O que você faria se encontrasse uma garrafa com as inicias "Th.J" de Thomas Jefferson, terceiro presidente dos EUA? Conheça essa história em https://www.zahar.com.br/catalogo_detalhe.asp?id=1190&CLIP=1
    Parabéns pelo blog! Visitarei outras vezes.
    Abraços!

  2. >Já li a respeito do tal vinho que era uma fraude. Deve ser uma história eletrizante.

    abs e aguardo-a por aqui

  3. >Cá estou eu, Alessander! Estava super animada para participar dessas degustações, mas chegava, 7h da noite, já estava morta com a maratona de aulas que começava cedo. Bom poder saber o que rolou por aqui. E adorei: “taça não é centrífuga”! um beijo

  4. >Ale, no dia do almoço do Rainhas vc comentou sobre alguns cursos de culinária, vc poderia me dizer os nomes dos locais? Quero me aperfeiçoar mas não quero fazer curso de gastronomia, sabe, é mais pra uso caseiro..rs
    O q vc me indica?
    Bjos!

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