Mais uma vez era véspera de seu aniversário. Ela nasceu numa data tão importante que até a Pátria parava em comemorações. E nós, novamente reunidos em torno daquela panela tão gasta pelas inúmeras raspadas dos anos, tínhamos os olhos vidrados naquele creme espesso de cor marrom caramelo. As forminhas já abertas lutavam por seu espaço nas bandejas. Sim, bandejas, porque era uma festança!
E lá ia a minúscula colher de café rumo ao centro do tão utilizado recipiente. Sobe o primeiro naco, pequeno e ainda disforme. Mas logo vem o dedo, a palma da mão e a forma já é redonda, uma bolinha pronta para deslizar na grama de chocolatinhos. Eu cuidava de rolar a pelota no saboroso campo e finalizava a peleja nos recipientes de papel, já bem dispostos no estádio arredondado de metal. Algumas bolotas escapavam das forminhas e entravam por outro canal que mais me apetecia. Lá vinha bronca, e depois sorriso diante de minhas desculpas esfarrapadas.
Ela se foi em outra data comemorativa, mas como era importante a tia Cida, merecia mesmo os dois feriados. Embora não tivesse filhos, foi a única mãe que conheci. Há mais de doze anos, eu não provo esse brigadeiro, mas o sabor dessa lembrança: jamais vou esquecer!
>Alessander,
Que texto lindo!!! Parabéns!!!
Bjundas
>Alessander, você tem muito talento para a escrita. Gostei de partilhar essa lembrança de criança tão bem contada… 🙂
Abração.
>Elvira suas palavras são sempre tão carinhosas. Muito obrigado.
>Nossa pude entrar na sua história e sentir o carinho da lembrança! Você realmente escreve muito bem!
>Eliana fico feliz que tenha gostado. Obrigado pela visita e pelo comentário
>Alessander, seu post me deixou comovida.! Sempre associamos fases e pessoas da nossa vida à comida, e guardamos para sempre essa lembrança… Aproveito para dar os parabéns — atrasados — pelo seu aniversário de casamento! Pelo que vi, foi muito bem comemorado! ;o) Felicidades a você e à sua Cris!
>Com certeza Cinara, sei que tem gente que apenas come como se fosse uma necessidade básica a ser preenchida. Mas pra mim não, tenho a comida como emoção. Sentimento puro!
>Lindo texto, escrito de jeito tão doce quanto as deliciosas “pelotas”!.
Fez lembrar a primeira vez que o comi: foi numa festinha de aniversário, eu tinha uns 9 anos e jamais esquecerei minha supresa e deslumbramento ao provar o docinho, pensei que pro resto da vida não sentiria prazer maior! Criança são encantadoras em sua maneira inocente de pensar o definitivo!
E brigadeiro é um consenso maravilhoso, é o docinho feito mais para a almo do que pro estômago, né?
beijinhos de brigadeiro
>Com certeza o brigadeiro deve ter marcado as histórias de muitas vidas.
>Pois é, este brigadeiros que fazemos e comemos de colher não tem o mesmo gosto dos das festas na infância! Como era divertido juntar os primos e tias para prepararmos aquelas bandejas prateadas cheias de docinhos coloridos e saborosos…
Ale, adorei seu post. Será que sentaremos perto na Academia Brasileira de Letras? Hehehehe
Bjs
>Poxa, Alessander, esse seu texto ficou muito comovente, tocou lá no coração. Eu me peguei lembrando como era enrolar brigadeiros a fins nas festinahs aqui de casa. Bons tempos, em que nossas preocupações eram só tirar nota boa na escola, né?
Abraços.
>Oi, Alessander… ri muito com seu post no meu blog! Uma receita de florais pode dizer muito sobre a pessoa!
Lindo post este da tia Cida.
Beijos.
>Dani um elogio vindo da literata, precisa ser considerados. Estou esperando Saramago, viu?
Márcia que bom que o texto também lhe trouxe doces recordações.
Pois é Carolina, por aí você já pode ver a pilha que eu sou. Floral sossega leão deveria chamar a minha receita
>A todas vocês que postaram seus comentários tão afetivos e a todos que compartilharam esse texto comigo o meu: Muito Obrigado!
>O texto ficou tão doce quanto os brigadeiros da Tia Cida 🙂
Lindo.
Bjuca,
Faby
>:)))))Linnnnndo este seu texto com jeitinho de homenagem… triste mas ao mesmo tempo tão cheiro de ternura,amor e boas recordações. E no final é isso que importa, não é??? :))))
>Faby obrigado pelas palavras.
Realmente Joaninha as boas recordações são tudo na vida!
>adorei a reminiscência de comer…
=)
k.
>Obrigado Katita!
>Bom Alê, você terá que ter um pouco de paciência comigo, como acabo de descobrir o seu blog, estou lendo aos poucos todos os posts..
Você realmente escreve divinamente, deveria pensar em escrever um livro, caso ainda não o tenha feito!!
Adorei sua historia, é sempre bom recordar-mos os bons momentos das nossas vidas e agradecer à quem nos proporcionou,ainda que não estejam mais entre nós.
Parabéns mais uma vez.
Abraços
>Alessandra pra mim é um prazer enorme que alguém esteja revendo meus posts. Obrigado pelas palavras. Abs
O dom das palavras vem de corações amenos, mentes puras e lembranças vivas. Parabéns pelo texto.